Sabe....
Aquela lacuna.
Aquele espaço desocupado,
pode chamar de buraco, se quiser...
Ou simplesmente, vazio...
Sempre me incomodou,
pois fazia sentir-me sozinha,
caindo no meu próprio abismo.
Era a sensação de vagar no nada,
ter um pedaço arrancado de mim,
como se fosse uma história sem começo e sem fim.
Sem sentido...
Era tentar pegar o ar com as mãos...
Posso resumir que era como tentar preencher todo o infinito
Sem sucesso, claro....
Eu era a minha pior companhia,
pois esse vazio que existia dentro de mim
me deixava apática, morta... e triste.
Meu mundo era todo branco
ou todo preto,
não existia cores.
Minha existência era superficial,
minhas expressões.... artificiais
minhas atitudes... banais.
A falta de algo me trazia muitos conflitos,
eu queria preencher algo que não sabia o que era.
E...
O que era?
O que é?
O que será... de mim?
Eu não sabia lutar daquele jeito,
Ou melhor... não conseguia.
E não aceitava.
Me sentia fraca...
inferior...
irreal...
fracassada...
desesperançosa...
Inutilmente viva.
Onde eu estava?
O que eu fazia?
Como eu não enxergava?
Porque apesar de tudo isso, eu ainda sentia?
Sentia a dor... a angústia... o desespero... o sofrimento.
Quantas vezes eu pensei que a morte seria
a minha melhor amiga,
a única que me ajudaria.
(Uma pausa para respirar fundo...)
Agora, enquanto escrevo,
tenho que te revelar algo. Melhor não...
Talvez num outro capítulo eu conto melhor
como eu enchi o copo de café com leite,
como fiz para preencher esse vão
de mergulhar no meu coração
e gostar de nadar nessa piscina de paz e orgulho do que sou
de brincar dentro de mim
de me abraçar com carinho
e dizer... sem prepotência:
Te amo
(Respiro fundo novamente... aliviada, serena...)
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