quarta-feira, 28 de maio de 2014

Vazio

Sabe....

Aquela lacuna.
Aquele espaço desocupado,
pode chamar de buraco, se quiser...
Ou simplesmente, vazio...

Sempre me incomodou, pois fazia sentir-me sozinha, caindo no meu próprio abismo.
Era a sensação de vagar no nada, ter um pedaço arrancado de mim, como se fosse uma história sem começo e sem fim.
Sem sentido...
Era tentar pegar o ar com as mãos...
Posso resumir que era como tentar preencher todo o infinito
Sem sucesso, claro....

Eu era a minha pior companhia,
pois esse vazio que existia dentro de mim me deixava apática, morta... e triste.
Meu mundo era todo branco ou todo preto, não existia cores.
Minha existência era superficial,
minhas expressões.... artificiais
minhas atitudes... banais.

A falta de algo me trazia muitos conflitos,
eu queria preencher algo que não sabia o que era.

E... 
O que era? 
O que é? 
O que será... de mim?

Eu não sabia lutar daquele jeito,
Ou melhor... não conseguia.
E não aceitava.

Me sentia fraca...
inferior...
irreal...
fracassada...
desesperançosa...
Inutilmente viva.

Onde eu estava? 
O que eu fazia? 
Como eu não enxergava? 
Porque apesar de tudo isso, eu ainda sentia?

Sentia a dor... a angústia... o desespero... o sofrimento.
Quantas vezes eu pensei que a morte seria
a minha melhor amiga, a única que me ajudaria.

(Uma pausa para respirar fundo...)

Agora, enquanto escrevo, tenho que te revelar algo. Melhor não...
Talvez num outro capítulo eu conto melhor como eu enchi o copo de café com leite,
como fiz para preencher esse vão de mergulhar no meu coração
e gostar de nadar nessa piscina de paz e orgulho do que sou
de brincar dentro de mim
de me abraçar com carinho e dizer... sem prepotência:

Te amo

(Respiro fundo novamente... aliviada, serena...)